Governo de SP distribui 305 mil vacinas contra covid-19 para 28 locais
Vacinação já começou em quase todo o país
O governo do estado de São Paulo distribui nesta terça-feira (19) cerca de 305 mil doses da vacina CoronaVac para 26 cidades com mais de 30 mil habitantes e a dois grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE) regionais que farão a subdivisão para cidades menores em suas áreas de atuação. Os 28 locais de distribuição incluem regiões da Grande São Paulo, Sorocaba e Vale do Paraíba.
Neste primeiro momento, profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos e pessoas com deficiência vivendo em instituições de longa permanência, indígenas aldeados e quilombolas receberão as doses, com o apoio de equipes da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses públicos são prioritários considerando os critérios de exposição de infecção e risco para agravamento ou óbito pela doença.
Segundo o governo estadual, no decorrer desta semana, as 645 cidades receberão seus quantitativos iniciais. A divisão das grades de vacina foi baseada no quantitativo proporcional de previsto para São Paulo conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI). O total de 1,5 milhão de doses é a referência para trabalhadores de saúde baseado na última campanha de vacinação contra a gripe, de acordo com o governo estadual. Esta mesma referência é utilizada para cálculo das grades regionais e para cada cidade.
“A campanha de imunização contra a covid-19 em São Paulo será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal. À medida que o Ministério da Saúde viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação contra a covid-19 serão divulgadas pelo governo de São Paulo”, divulgou o governo estadual.
O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira a entrega de 6 milhões de doses da CoronaVac para todos os estados e o Distrito Federal. A vacinação já começou em quase todo o país.
Vacinação no interior
Na manhã de hoje, o governador João Doria participou do início da imunização nas cidades de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
Em Ribeirão Preto, a vacinação ocorreu no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A primeira vacinada foi a técnica de enfermagem Maria Lucia dos Santos. “Nesse momento, estamos vacinando todos profissionais de saúde, os médicos, enfermeiros auxiliares e também todos que trabalham na linha de frente em unidades médicas, as pessoas do atendimento, recepção, limpeza, manutenção e segurança. Sem elas, um hospital não funciona. Todos eles estão na linha de frente, ajudando a salvar vidas”, disse Doria.
Em São José do Rio Preto, a vacinação começou no Hospital de Base da cidade e a primeira dose foi aplicada na enfermeira Prisciane Batista. Há 12 anos trabalhando nesse hospital, ela atua na enfermaria específica para casos graves de covid-19, sem ter sido contaminada até o momento. Para preservar a família, a enfermeira deixou o filho de 10 anos com seus pais, que moram em Santa Adélia, cidade localizada a 89 quilômetros de Rio Preto.
“Minha mãe tem comorbidades e minha irmã é especial. Visito meu filho e minha família somente aos finais de semana, mas sempre com muito frio na barriga e medo de transmitir algo pra eles. Agora, terei mais segurança”, contou.
A distribuição das vacinas, seringas e agulhas para o interior começou ontem, com o envio de grades para esses três hospitais, além dos Hospitais das Clínicas de Campinas e de Botucatu, que ontem mesmo iniciaram a vacinação. A campanha começou no domingo (17) no HC de São Paulo.
No total, o governo do estado estima que cerca de 60 mil profissionais que atuam nesses seis hospitais de referência serão imunizados contra a covid-19. Em 24 horas, mais de mil trabalhadores da saúde foram vacinados nos três HCs iniciais – São Paulo, Campinas e Botucatu.
Marília
Uma técnica de Enfermagem recém-recuperada de covid-19 é a primeira vacinada do Hospital das Clínicas de Marília (Famema), no interior de São Paulo. O governador acompanhou o início da imunização na cidade na tarde de hoje.
Aos 32 anos de idade e há quatro anos trabalhando no Hospital das Clínicas da cidade, Francine Rita de Cassia Domingos Viana atua no atendimento de casos graves de covid-19. Ela lida também com o medo de se infectar e contagiar seus pais, idosos de 70 anos com quem mora. Com o diagnóstico de covid-19 no mês passado, ela isolou-se em seu quarto, utilizou apenas produtos descartáveis e não teve contato com a família.
“Graças a Deus e aos cuidados necessários, meus familiares ficaram bem e não tiveram a doença. Continuo na linha de frente com orgulho, e recebo a notícia da vacina com muita alegria. No domingo, pela primeira vez em dias, estava alegre, confiante e acreditando no futuro e em dias melhores para a saúde no Brasil”, disse Francine.
matéria atualizada às 18h42 para inclusão do início da vacinação em Marília
Por Camila Boehm
Edição: Juliana Andrade
Fonte: Agência Brasil