Dólar volta a subir e fecha em R$ 5,55, mesmo com intervenção do BC

Votação na Câmara de reajuste dos servidores atrai expectativas

No aguardo da votação, pela Câmara dos Deputados, da manutenção do veto ao reajuste de servidores até o fim de 2021, o mercado financeiro viveu um dia de instabilidade. O dólar aproximou-se dos R$ 5,70 e só fechou com pequena alta depois que o Banco Central (BC) vendeu à vista dólares das reservas internacionais. A bolsa chegou a recuar, mas encerrou em alta.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (20) vendido a R$ 5,554, com alta de R$ 0,024 (+0,43%). Por volta das 11h, a cotação atingiu R$ 5,67, mas recuou ao longo do dia com o avanço das negociações para a votação do veto pelos deputados, marcada para esta noite.

O Banco Central leiloou US$ 1,14 bilhão de dólares à vista das reservas internacionais. Desde 30 de junho, o BC não fazia esse tipo de operação. Nos últimos dias, a autoridade monetária vinha leiloando contratos novos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Na bolsa de valores, o dia também foi marcado pelas oscilações. O índice Ibovespa, da B3 (a bolsa brasileira), operou em baixa durante a manhã, mas reagiu ao longo do dia até encerrar com alta de 0,61%, aos 101.468 pontos.

Tensões

O dólar tem subido e a bolsa caído desde a saída, na semana passada, de dois secretários especiais do Ministério da Economia. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes reafirmaram a confiança mútua e a importância da manutenção do teto de gastos, mas a derrubada ontem (19) pelo Senado do veto do reajuste a servidores da saúde e da segurança agravou as tensões no mercado.

Pouco após a votação, Guedes classificou a decisão dos senadores de “péssimo sinal”. A Câmara adiou a votação do veto para hoje para que o Ministério da Economia consiga articular a manutenção do veto.

Um veto só pode ser derrubado com maioria absoluta da Câmara e do Senado. Caso uma das Casas mantenha o veto, nada muda. O congelamento do salário dos servidores federais, estaduais e municipais por 18 meses tinha sido uma condição do governo para aprovar o pacote de socorro aos estados e municípios afetados pela pandemia do novo coronavírus.

Ao derrubar o veto, a maioria dos senadores entendeu que os servidores da saúde, da segurança e da educação pública atuaram direta ou indiretamente no combate à pandemia, mantendo serviços básicos e essenciais em um período de confinamento. Por isso, justificaram a derrubada afirmando que esses profissionais merecem ter o reajuste previsto, a despeito da crise econômica.

* Com informações da Reuters

Edição: Aline Leal

Fonte: Agência Brasil

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