Pesquisadora brasileira integra grupo da ONU de divulgação científica
Jaqueline sequenciou os primeiros genomas do coronavírus no continente
Após ter sequenciado os primeiros genomas do novo coronavírus na América Latina, a cientista brasileira Jaqueline Goes de Jesus foi convidada, na última quinta-feira (5), para de uma equipe de pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU). Batizada de #TeamHalo, a iniciativa visa apoiar a colaboração entre cientistas de todo o mundo na pesquisa de vacinas seguras e eficazes contra a covid-19.
Jaqueline ficou conhecida por ter sido uma das responsáveis pelo sequenciamento genético do novo coronavírus dos primeiros casos de covid-19 na América Latina. Entre outras ações, os cientistas integrantes da equipe postam vídeos em redes sociais mostrando o cotidiano de trabalho, além de responder perguntas do público e esclarecer sobre boatos e informações incorretas.
Segundo a ONU, os cientistas desejam enfatizar a natureza global do trabalho e reconhecer a contribuição de milhares de pessoas ao redor do mundo para conter a pandemia. Os vídeos podem ser acessados no Twitter e no Tik Tok.
"A campanha envolve profissionais de vários países do mundo e de respeitadas instituições, como a Universidade de São Paulo (USP), Harvard, Imperial College London e Wits University, que estão em busca da vacina para pôr fim à pandemia. Eles aceitaram o desafio de atualizar e aproximar o público de seus trabalhos em perfis nas redes sociais", informou a ONU
Atualmente, Jaqueline é pesquisadora bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em nível de pós-doutorado, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo - Universidade de São Paulo (IMT-USP). Para a cientista, a iniciativa favorece uma comunicação mais acessível e didática com o público e ajuda a combater a onda de desinformação que tem levado um número significativo de pessoas a desconfiar da eficácia das vacinas.
“Trazer informações para a população sobre o que temos feito em uma linguagem mais simples é uma forma de devolver à sociedade todo o investimento que tem sido feito ao longo dos anos. Eu criei um perfil no TikTok para começar a produzir conteúdos para o projeto e estou gostando bastante. Estou aprendendo a usar a ferramenta e descobrindo um mundo de possibilidades criativas”, disse.
Além da cientista, o Brasil conta com mais três parceiros: os pesquisadores Natalia Pasternak, Gustavo Cabral de Miranda e Rômulo Neris. Natalia Pasternak atua como pesquisadora visitante do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV), e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência. Gustavo de Miranda lidera a pesquisa de desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus, assim como vacinas para chikungunya e zika vírus, no Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Enquanto Rômulo Neris tem como foco de sua pesquisa de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a forma como o sistema imune reage ao novo coronavírus.
Por Luciano Nascimento
Edição: Aline Leal
Fonte: Agência Brasil