Concurso premiará ações de Atenção Básica à Saúde durante a pandemia
Cerca de 1,6 mil projetos foram inscritos na premiação
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) do Brasil e o Ministério da Saúde irão premiar projetos que estimulam os cuidados de atenção primária à saúde desenvolvidos durante a pandemia de Covid-19. O concurso recebeu o nome de APS Forte no Combate à Pandemia. Os cadastros encerraram-se em 15 de julho com 1.631 inscritos. Segundo as entidades, a maior parte dos participantes vieram da região Sudeste, com 924 registros; seguida pela região Sul, com 300 inscrições; pelo Nordeste, com 239 cadastros; e das regiões Norte e Centro-Oeste, ambas com 84 projetos inscritos.
Entre as iniciativas inscritas, está um programa de monitoramento criado pela Prefeitura de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, que tem como público-alvo pacientes com doenças crônicas. A iniciativa saiu do papel graças a um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde que mapeou esses doentes. Entre os objetivos está a diminuição da exposição de pessoas com diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, entre outras enfermidades, ao novo coronavírus.
Por meio do projeto, equipes da saúde da família da capital mineira verificam como estão esses pacientes e também realizam atendimento pela internet. O gerente de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Gonçalves, afirma que mesmo nos casos em que há a recomendação de comparecimento às unidades de saúde, os pacientes são orientados se devem ir ou não, para evitar o contágio da Covid-19.
“Quando se decide que um paciente precisa ir a uma unidade de saúde, é possível fazer um encaminhamento responsável, marcar um horário, pedir que ele tome todos os cuidados necessários. Mas, em alguns casos, não é necessária a ida de algumas pessoas ao hospital e realizamos a consulta por meio digital”, disse o superintendente.
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Ceará
Outro projeto inscrito vem do município de Crato, no Ceará, e foi desenvolvido pela Universidade Regional do Cariri (URC). Residentes de cursos da área de saúde da instituição mapearam as famílias em vulnerabilidade social e também os moradores com comorbidades. Após esse mapeamento, os pesquisadores classificaram as famílias de acordo com o risco de contágio do novo coronavírus.
O projeto, que é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Crato, tem como principal objetivo prevenir eventuais infecções pela Covid-19 e, caso esses contágios venham a ocorrer, os profissionais do programa orientam as famílias sobre os cuidados que devem ser tomados.
O coordenador do programa de residência multiprofissional em Saúde Coletiva da Universidade Regional do Cariri, Francisco Elizaldo, afirma que “a atenção primária tem papel fundamental para diminuir a curva de transmissão da Covid-19”. Segundo ele, o projeto é capaz de impedir eventuais complicações em pacientes com a doença e um alastramento ainda maior.
“Estamos fazendo um trabalho preventivo para evitar a infecção dessas pessoas pela Covid-19 e, caso venham a adoecer, que se realize o isolamento social o mais rápido possível.”
Edital
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, todos os trabalhos recebidos pela entidade, e que atendem o que é proposto no edital do prêmio, vão ser mencionados em uma publicação científica da entidade. Os autores dos três melhores projetos vão ser contemplados com uma viagem de estudos para conhecerem alguma iniciativa que promova à atenção básica à saúde.
Contudo, a realização da viagem está condicionada a como às restrições de deslocamento que ainda poderão estar em vigor no futuro. O Ministério da Saúde e a Opas não divulgaram a data do prêmio.
Fonte: Brasil 61